segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sobre o texto da Pati e outras coisas...

Quando eu publiquei a notícia estava tao feliz que acabei apenas transcrevendo a notícia da TVCEI.
Acabou ficando muita coisa sem ser dita, com a participação da Pati, percebi várias omissões minhas, por isso complemento agora, o meu posicionamento.
Peço desculpas, desde já, por eventuais erros, pois nao tive tempo para revisar o texto.


Pati, respeito muito todo o seu conhecimento e estudo a respeito do tema, mas penso que enquanto pensarmos no aborto como uma solução, considerando a situacao econômica e social do nosso país estaremos "tapando o sol" com a peneira.

Precisamos trabalhar nas bases, dando condições para que as pessoas possam ser RESPONSÁVEIS POR SEUS ATOS. Um dos princípios básicos para convivência em sociedade é que para cada ato seu vai ocorrer uma consequência, que pode afetar outras pessoas, motivo pelo qual precisamos pensar bem a respeito de nossas atitudes.

Quando eu defendo a vida, nao é por questões religiosas e sim por uma questao de DIREITO. Vc bem sabe o qto a interferência das religiões em ambientes e assuntos governamentais me revolta. Porém, estamos falando do DIREITO À VIDA, o maior de todos os direitos. Estamos falando de DIREITOS HUMANOS.
Nao estou discutindo aqui se a partir da fecundação existe um novo espírito (o que eu acredito), mas sim defendendo que trata-se de uma nova VIDA, independente daquelas que a geraram, independente da existência ou nao de um Deus, independente de crenças ou dogmas.

Infelizmente, as pessoas que lutam por essa causa nao conseguem desvincular a religião do assunto, o que acaba parecendo que essa seja toda a fundamentação, o que nao é o caso. Mas penso que pelo menos, alguém faz alguma coisa, enquanto a maioria de nós continua deixando simplesmente as coisas acontecerem.

Me compadeço com as mortes que ocorrem em consequencia de abortos mal feitos, mas novamente penso que assumiram o risco, primeiramente quando fizeram sexo sabendo que poderia haver a gravidez e em um segundo momento quando abortaram. Pode parecer um pensamento frio, mas infelizmente é o que acho. Claro que cada pessoa tem diferentes níveis de consciência da vida e do mundo, motivo pelo qual nao podemos julgar e nem comparar.

O direito e a justiça sao sim exageradamente falhos. Prova disso é que a quantidade de pessoas presas por homicídio nao diminui a quantidade de assassinatos nas ruas, mas o que fazer? Deixar os homicidas na rua?
Acho q podemos fazer uma analogia com o aborto. A prisão, além da penalização do sujeito é também um modo de controle social, enquanto ainda precisamos desse tipo de controle.

Quando vc fala que sendo ou nao crime eles continuarão sendo feitos, só que agora muitas mulheres morrem eu penso:
Certamente o número de abortos aumentaria e a quantidade de mortes das mulheres diminuiria. Mas quem pode mensurar o valor de cada vida? Quem disse que a vida da mae tem mais valor que a do feto? Além do que quando ela está tirando a própria vida ela está decidindo sobre o seu futuro e nao tirando a chance de um outro ser construir o seu.
Fazendo uma analogia:
Quantos jovens usam drogas legais e quantos usam drogas ilegais? A legalidade da droga faz com que ela pareca nao ser droga.


Entrando na questão do preconceito, do desrespeito à mulher, ao feminino... Esse é um assunto totalmente visceral pra mim, q evito até discutir, pois sempre passo dos limites da discussao saudável. Preciso aprender a me controlar para fazer com que essa minha indignacao produza frutos e nao seja inútil. Ser mulher na nossa é difícil demais!

O texto acaba ficando sem um encerramento, sem uma conclusão...
Não há meios de concluir esse assunto. É um tema que precisa ser cada vez mais discutido, em todos os lugares, com a devida consciência e seriedade.

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