quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sumiço

Ultimamente ando ocupada com situações complicadas de partilhar no blog e pensando mil vezes antes de publicar.

O texto do momento espírita (www.momento.com.br) me animou a escrever um pouquinho.

Mas, aos navegantes: está tudo bem "cumigo i cum as quianças".

Sobre o post abaixo

Saber ouvir é um grande desafio para mim. Sinto que, em muitos momentos, nao valorizo a enriquecedora oportunidade de ouvir. É pena.
Através desse momento de partilhar com o próximo, refletimos, conhecemos novas possibilidades, nos redescobrimos, aprendemos. Além de ser uma caridade com o irmão, que muitas vezes precisa apenas se sentir compreendido, acolhido.
Ouvir, nao raro, nao significa que necessite também falar. Muitas vezes ouvir é só ouvir.


Por outro lado, tenho trabalhado isso e conseguido isoladas vitórias.
Quando alguém agradece pela atenção (Meu Deus, vivemos em um mundo em que as pessoas precisam agradecer qdo recebem atenção, de tao rara. Precisamos mudar isso urgentemente.), é maravilhoso perceber o bem que fizemos àquela criatura e mais maravilhoso ainda é perceber que consegui melhorar, um cadim que seja, nesse quesito.

Sei também que muitas vezes é difícil ter paciência para ouvir alguém que está equivocado em suas colocações. Nao podemos exigir de ninguém mais do que ele pode dar. Mas podemos exigir, de nós mesmos, o respeito.
Caso seja necessário fazer alguma colocação contrária ao que a pessoa estava falando, que seja feita de modo educado e acolhedor, pois nao se trata de um embate.

Pretendo iniciar um novo estudo de grupo em breve e peço a Deus que me ajude a trabalhar a paciência e a caridade nos momentos de ouvir, muitas vezes, tao difíceis, para que, desse modo, possa aproveitar melhor a grande oportunidade que terei.

Ouvidos de ouvir - Momento Espírita

Uma reunião com índios americanos revela um ensinamento importante e urgente.
Agrupados os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos calados à espera do pensamento essencial.
Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.
Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.
Esses pensamentos são estranhos aos demais. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se alguém falar logo a seguir, são duas as possibilidades que se pode pensar.
Primeira - quem falou está dizendo: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua fala.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, está se chamando o outro de tolo. O que é pior do que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz silêncio dentro, começa-se a ouvir coisas que não se ouvia.
* * *
Muitos são os cursos oferecidos pelo mundo afora, pretendendo ensinar a falar. Ter uma boa oratória é fundamental nos dias de hoje.
Mas será que apenas saber falar é suficiente? Não estamos esquecendo o que vem antes? Não estamos esquecendo de aprender a ouvir?
Não existem cursos de escutatória, é certo, mas aprender a ouvir corretamente é de suprema importância.
A postura humilde de quem ouve, de quem presta atenção nas palavras do outro, do que o outro diz ou não diz, é a postura do homem de bem.
Ninguém se educa, ninguém cresce, se não aprende a escutar.
Alberto Caieiro dizia que não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Silêncio dentro da alma significa que os pensamentos devem emudecer de quando em vez.
As ideias preconcebidas, a tal maneira como sempre pensei, devem calar um pouco, e considerar algo distinto, saborear o novo.
Todos os grandes da Terra souberam ouvir, souberam se desprender de suas ideias e considerar novas, considerar o algo mais.
Grandes escritores são antes grandes leitores. Sabem escutar outros livros, antes de recitar os seus próprios.
Que possamos aprender a ouvir mais, a respeitar mais a opinião do outro, e assim aprender com todos, independente se sabem mais ou menos do que nós.
Exercitemos a tal escutatória e cultivemos o silêncio na alma, nos pensamentos.
Redação do Momento Espírita com base no texto Escutatória, do livro O amor que acende a lua, de Rubem Alves, ed. Planeta.
Em 19.08.2009.